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Qual é a regra sobre a água que foi misturada com alguma substância pura: é permitido fazer Wudhu e Ghusl com ela?
1. Se a água pura for misturada com alguma substância pura, e a sua cor, sabor e cheiro não mudarem, então ela permanece pura, porque ainda é chamada de água.
2. Se água pura for misturada com uma substância pura, então não puder mais ser chamada de água, não é válido fazer Wudhu ou Ghusl com esta água [alterada].
3. Se a água comum é modificada pela adição de qualquer substância pura, mas ainda é chamada de água – como a água que é misturada com sabão e sua cor muda, ou o húmus cai na água e muda seu sabor – há uma divergência de opinião acadêmica.
Todos os louvores são para Allah.
Se alguma substância pura for misturada deliberadamente com água pura, existem três cenários:
Se a água pura for misturada com alguma substância pura, e sua cor, sabor e cheiro não mudarem, ela permanecerá pura e purificadora, porque ainda é chamada de água.
Ibn Qudamah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Não sabemos de qualquer divergência de opinião entre os estudiosos sobre a permissibilidade de fazer Wudhu com água misturada com uma substância pura que não a tenha alterado.” (Al-Mughni, 25/1)
Se uma pequena quantidade de ervas, húmus, flores, açafrão e similares cair na água e não deixar sabor, cor ou cheiro, é permitido purificar-se com essa água.
Da mesma forma, se tais coisas alterarem apenas ligeiramente a água, isso não importa.
Isto é indicado pelo Hadith de Umm Hani’ (que Allah esteja satisfeito com ela), que o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e Maimunah fizeram Ghusl a partir de um único recipiente, uma tigela grande na qual havia vestígios de massa. (Narrado por An-Nasa’i, 240; classificado como autêntico por An-Nawawi em Khulasat Al-Ahkam, 1/67, e por Al-Albani em Al-Irwa’, 27)
At-Tibi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “O que parece ser o caso é que os vestígios de massa naquela tigela grande não eram grandes.” (Mirqat Al-Mafatih, 2/457)
An-Nawawi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Se for uma pequena quantidade, como se um pouco de açafrão caísse nela e ficasse ligeiramente amarelado, ou sabão ou farinha caísse nela e a água ficasse ligeiramente branca, de modo que não poderia ser chamado por outro nome que não fosse água, então a visão correta é que ainda é pura e purificadora, porque o nome permanece o mesmo.” (Al-Majmu’ Sharh Al-Muhadhdhab, 1/103) O que se quer dizer é que ainda é chamada de água.
Imam Ahmad (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Se a água que for misturada com alguma coisa não tiver o mesmo nome daquela coisa e ainda continuar sendo chamada de água, então não há nada de errado com ela.” (Al-Intisar fil-Masa’il Al-Kibar por Abu Al-Khattab Al-Kalwadhani, 1/122)
Se a água pura for misturada com uma substância pura, então não puder mais ser chamada de água.
Não é válido fazer Wudhu ou Ghusl com esta água [alterada], de acordo com o consenso acadêmico, como se folhas de chá fossem adicionadas à água e mudassem sua cor e sabor, de modo que não fosse mais chamada de água, mas sim, chá. Ou se a carne for cozida em água, e essa água muda e vira caldo. Não é permitido fazer Wudhu com isto.
Ibn Qudamah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Com relação à água que é misturada com algo puro a ponto de seu nome mudar e essa coisa dominar a água, de modo que agora é chamada de corante ou tinta ou vinagre ou caldo, e assim por diante, e o que foi cozido nela é puro, mudando como resultado, tal como a água na qual as ervas são fervidas – com relação a todos esses tipos, não é permitido fazer Wudhu ou Ghusl com isto, e não sabemos de qualquer divergência de opinião acadêmica a respeito disso.” (Al-Mughni, 20/01)
Imam Ahmad (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Não faça Wudhu com nada que não seja mais chamado de água.” (Al-Intisar fil Masa’il Al-Kibar por Abu Al-Khattab Al-Kalwadhani, 1/122)
Se a água comum é modificada pela adição de qualquer substância pura, mas ainda é chamada de água – como a água que é misturada com sabão e sua cor muda, ou o húmus cai na água e esta muda de sabor, ou o açafrão cai na água e muda sua fragrância, mas ainda continua sendo chamada de água – há uma divergência de opinião acadêmica sobre se ela pode ser usada para purificação.
A maioria dos estudiosos é da opinião de que a água que foi alterada ao ser misturada com substâncias puras é água pura, mas não pode ser usada para purificação, porque não é mais chamada de água para o senso comum, portanto não pode ser denominada água. (Ver: Al-Mughni, 21/01; Al-Kafi por Ibn ‘Abd Al-Barr, 1/155; Al-Majmu’, 1/103)
A visão do Imam Abu Hanifah (que Allah tenha misericórdia dele), e uma visão narrada pelo Imam Ahmad (que Allah tenha misericórdia dele) indica que esta é água pura (Tahir) e pode ser usada para purificação, porque ainda é água. Esta também é a opinião de Ibn Hazm, e foi favorecida por Ibn Al-Mundhir e Shaikh Al-Islam Ibn Taimiyah, entre os estudiosos contemporâneos, pelo Comitê Permanente, além do Shaikh Ibn Baaz e Shaikh Ibn ‘Uthaimin (que Allah tenha misericórdia deles).
Ibn Hazm (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Com relação a qualquer água que é misturada com algo puro e permissível, e a cor, cheiro ou sabor dessa substância aparece na água, mas ainda é chamada de água, é permitido fazer Wudhu com ela. E de acordo com os Hanbalis é permitido fazer Ghusl para Janabah, se o que caiu nela foi almíscar, mel, açafrão ou qualquer outra coisa.” (Al Muhalla, 1/200)
A razão para a divergência de opinião foi que os estudiosos concordaram que é permitido se purificar com água, sem qualificação adicional, mas não é permitido fazê-lo com água qualificada, como água de rosas, água com vinagre e assim por diante.
Quanto à água que se mistura com substâncias puras e, como resultado, sofre alterações, trata-se de uma questão que se enquadra entre as duas categorias acima mencionadas.
Ibn Qudamah (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
“Vários companheiros de Ahmad narraram dele a opinião de que é permitido fazer Wudhu com ela, e esta é a opinião de Abu Hanifah e seus companheiros, porque Allah, Exaltado seja, diz (interpretação do significado): “se um de vós […] encontrais água, dirigi-vos a uma superfície pura, tocai-a com as mãos e roçai as faces e os braços, à guisa de ablução” [an-Nissa’ 4:43]. Este versículo tem significado geral e se aplica a todos os tipos de água, porque a palavra maa’ [água] aparece na forma indefinida no contexto da negação, que em árabe tem significado geral, portanto não é permitido fazer Tayammum [ablução a seco, esfregando o rosto e as mãos conforme mencionado no versículo] quando tal água estiver disponível… e a pessoa puder encontrar água.
Além disso, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e seus companheiros costumavam viajar, e a maioria de seus odres de água eram feitos de couro, o que geralmente muda a água, mas não há nenhum relato deles que indique que fizeram tayammum quando essa água estava disponível. Além disso, é pura e purificadora, e está misturada com algo puro, o que não lhe tirou o nome de água, nem a suavidade ou fluidez da água.” (Al-Mughni, 21/01)
Shaikh Al-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Enquanto ainda for chamada de água e não for dominada por outra substância, ela é pura e purificadora, e pode ser usada para purificação, como é o opinião de Abu Hanifah e de Ahmad de acordo com outro relato dele. Isto é o que foi afirmado em muitas das respostas [de Ahmad].
Esta visão é a correta, porque Allah, Glorificado e Exaltado seja, diz (interpretação do significado):
“E, se estais enfermos ou em viagem, ou se um de vós chega de onde se fazem as necessidades, ou se haveis tocado as mulheres e não encontrais água, dirigi-vos a uma superfície pura, tocai-a com as mãos e roçai as faces e os braços, à guisa de ablução…” [An-Nissa’ 4:43]
A frase “E se um de vós… não encontrais água” é indefinida no contexto da negação, então [tem significado geral e] se aplica a qualquer água; não há diferenciação entre um tipo e outro.” (Majmu’ Al-Fatawa, 21/26)
Então, ele (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Além disso, está comprovado que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) instruiu que o peregrino em Ihram [que morreu durante o Hajj] fosse lavado com água e folhas de lótus, e ele instruiu que sua filha [depois que ela morreu] fosse lavada com água e folhas de lótus, e ele também instruiu que aquele que se tornasse muçulmano deveria fazer Ghusl com água e folhas de lótus. É bem sabido que as folhas de lótus inevitavelmente mudam a água, e se esta mudança estragasse a água [ou seja, invalidasse seu uso para purificação], ele não teria dado instruções para fazer isso.” (Majmu’ Al-Fatawa, 21/26)
Perguntaram ao Shaikh Ibn Baaz (que Allah tenha misericórdia dele): O cloro é adicionado à água potável e é uma substância que muda a cor e o sabor da água. Isso afeta a validade do Wudhu?
Ele (que Allah tenha misericórdia dele) respondeu:
“Mudar a água adicionando substâncias puras e tratamentos que são usados para evitar danos às pessoas – desde que a água ainda seja chamada de água – não importa, mesmo que algumas mudanças ocorram como resultado disso.” (Fatawa Ash-Shaikh Ibn Baaz, 19/10)
E Allah sabe mais.