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Meu amigo me fez a seguinte pergunta sobre o conhecimento do invisível: Temos certeza que Allah sabe o que aconteceu e o que acontecerá, e como o que não aconteceu teria acontecido se tivesse ocorrido. Seu conhecimento foi escrito no Livro Preservado antes de Ele começar a criar tudo. Se eu definir o alarme do meu telefone para um determinado horário e disser às pessoas ao meu redor que o telefone tocará no horário que eu já configurei, isso significa que conheço o invisível?! A resposta é definitivamente não, pois certamente não conheço o invisível. A questão agora é: como podemos dizer que Allah conhece o invisível (al-ghaib) quando Ele já escreveu tudo que acontecerá neste universo antes de criá-lo? Isto é semelhante ao exemplo sobre a configuração do alarme.
O invisível é aquilo que está oculto aos sentidos das pessoas, tanto se permanece escondido e oculto, e nenhum humano possa compreendê-lo, no sentido de que ninguém o conhece, exceto o Onisciente, quanto se as pessoas aprendem sobre aquilo por causa de um texto religioso do Alcorão ou hadith.
Todos os louvores são para Allah.
O invisível é de dois tipos:
O invisível é aquilo que está oculto aos sentidos das pessoas, tanto se permanece escondido e oculto, e nenhum humano possa compreendê-lo, no sentido de que ninguém o conhece, exceto o Onisciente, quanto se as pessoas aprendem sobre isso por causa de um texto religioso do Alcorão ou hadith.
Uma pessoa pode aprender sobre algumas coisas invisíveis com base no seu pensamento racional, ou por outros meios, como a obtenção de conhecimento através de alguma forma que ajude a melhorar os sentidos, como telescópios e outros equipamentos. Isso vem sob o título de coisas que são relativamente invisíveis ou desconhecidas.
A crença no invisível é uma das características que distingue os humanos de outros seres vivos. Os animais têm em comum com os humanos a capacidade de aprender sobre o que é tangível, mas quanto ao invisível, só os humanos estão qualificados para acreditar nele, ao contrário dos animais. Consequentemente, a crença no invisível (al-ghaib) é um dos pilares da fé em todas as religiões divinamente reveladas. Os livros revelados falavam muito sobre assuntos invisíveis que o homem não tem como saber, exceto através de revelação comprovada no Alcorão e na Sunnah, como a menção de Allah, exaltado seja, e Seus atributos e ações; os sete céus e o que contêm neles; os anjos, os profetas, o Paraíso e o Inferno, os shayatin (demônios), os jinn (gênios), e outras questões de crença no invisível que ninguém poderia aprender ou compreender, exceto através dos sólidos textos religiosos do Alcorão e da Sunnah.
O primeiro tipo é aquele sobre o qual Allah, exaltado seja, informou as pessoas, ou parte delas, através de revelação aos mensageiros, que o transmitiram ao povo.
Um exemplo disso são os shayatin e os jinn, e o que Allah disse sobre eles, como nos versos (interpretação do significado):
“Dize: “Foi-me revelado que um pequeno grupo de jinns ouviu minha recitação; então, disseram: ‘Por certo, ouvimos um Alcorão admirável; ‘Ele guia à retidão: então, nele cremos. E não associaremos ninguém a nosso Senhor.’” [al-Jinn 72:1-2]
O segundo tipo é aquele cujo conhecimento Ele guardou para Si mesmo e não o revelou a ninguém de Sua criação, seja um profeta enviado ou um anjo próximo a Ele. Isto é o que é referido no versículo (interpretação do significado):
“E Ele tem as chaves do Invisível; ninguém sabe delas senão Ele…” [al-An’am 6:59]
Um exemplo disso é o conhecimento de quando a Hora começará, ou a hora, local e causa da morte de alguém, e alguns dos nomes pelos quais Allah, exaltado seja, se chamou, como Ele diz (interpretação do significado):
“Por certo, junto de Allah, está a ciência da Hora, e Ele faz descer a chuva; e sabe o que há nas matrizes. E pessoa alguma se inteira do que logrará amanhã, e pessoa alguma se inteira de em qual terra morrerá…” [Luqman 31:34]
O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse em uma de suas súplicas: “Ó Allah, na verdade eu te peço por cada nome que pertence a Ti, pelo qual tu te denominas ou ensinaste a qualquer um de Tua criação, ou guardaste para Ti mesmo no conhecimento do invisível que está Contigo.”
“Esses são alguns informes do Invisível, que Nós te revelamos. E não estavas junto deles, quando lançavam seus cálamos, para saber quem deles cuidaria de Maria. E não estavas junto deles, quando disputavam.” [Al ‘Imran 3:44]
“E, quando lhe decretamos a morte, nada lhes indicou sua morte senão a térmite que lhe devorou o báculo. Então, quando ele caiu, tornou-se evidente para os jinns que, se soubessem do Invisível, não haveriam permanecido no aviltante castigo.” [Saba 34:14]
Isto se refere à morte de Suleiman (que a paz esteja sobre ele).
E perguntam-te eles pela alma. Dize: “A alma é da Ordem de meu Senhor. E não vos foi concedido da ciência senão pouco.” [al-Isra 17:85]
Estas são algumas das questões do invisível sobre as quais o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) falou e que aconteceram. Entre os principais sinais de que falou estão: o Dajjal, que surgirá no fim dos tempos; e a Besta, que também surgirá no fim dos tempos. (De al-‘Aqidah, Ministério de Awqaf e assuntos islâmicos)
Assim, fica claro para você que o que seu amigo fez se enquadra na categoria daquilo que é relativamente invisível, e não daquilo que é absolutamente invisível. Portanto, o fato de ele saber disso e de coisas semelhantes para as quais existem causas tangíveis não é algo que deva ser motivo de confusão.
Além disso, está bem estabelecido para qualquer homem de razão que há muitos assuntos que podem resultar de forma diferente do que alguém disse que aconteceria, e podem resultar de forma diferente do que foi previsto por alguém que tenha conhecimento de tais assuntos. Quantas vezes se diz que o trem ou o avião chegará na hora marcada, então isso não acontece; ou se algo é dito sobre um feto com base em equipamentos modernos, então não acontece como foi previsto. Pode ser que você pare o relógio antes do alarme tocar, para que ele não toque, ou a bateria acabe e o alarme não toque… Qualquer confusão sobre esses assuntos é infundada e sem sentido, e não é difícil resolver. É apenas um truque do Shaitan para enganar alguém que não tem qualquer relação com um assunto irreal e sem base, mas a pessoa persegue assuntos triviais e assim se permite que os shayatin distraiam os filhos de Adam.
Quanto ao decreto que está sendo escrito, não tem nada a ver com o que você mencionou, e estamos surpresos com essa sua pergunta.
Perguntar sobre tais assuntos pode ser válido, se Allah nos tivesse revelado em Seu Livro que o alarme nunca tocaria, então ele tocou. Neste caso, o que Ele nos disse seria diferente da realidade.
Quanto a uma pessoa que sabe de alguma coisa, seja no passado, no presente ou mesmo no futuro, que não aconteceu, e ela veio a saber disso pelos seus próprios meios, onde está a confusão sobre isso quando acreditamos que tudo o que vai acontecer até o Dia da Ressurreição está escrito no al-Lawh al-Mahfuz?
Seja qual for o caso, a crença de que Allah escreveu tudo se enquadra no mesmo título da crença na vontade e no decreto divino, o que significa acreditar que Allah escreveu tudo isso no al-Lawh al-Mahfuz cinquenta mil anos antes de criar os céus e a terra.
O que é necessário para que a crença no decreto divino seja sólida é acreditar no seguinte:
“Para quem, dentre vós, queira ser reto.” [at-Takwir 81:28]
“Allah não impõe a alma alguma, senão o que é de sua capacidade…” [al-Baqarah 2:286].
“Mas não o querereis, a não ser que Allah, O Senhor dos mundos, o queira.” [at-Takwir 81:29].
No que diz respeito a definir o seu alarme, sabendo que ele vai tocar, se tocar, então isso é algo que Allah decretou e Ele criou, e você espera que aconteça. Caso contrário, poderá ocorrer algum incidente que impeça o telefone de realizar essa tarefa. Tudo isso foi decretado por Allah.
Você deve entender que Seu decreto escrito é de dois tipos: o primeiro tipo é aquele que não pode ser alterado ou mudado, que é o que está no al-Lawh al-Mahfuz.
O segundo tipo é aquele que pode ser mudado e alterado, que é o que está nas mãos dos anjos. Porém, como isso será resolvido com eles, então estará de acordo com o que Allah decretou no al-Lawh al-Mahfuz. Este é um dos significados do versículo (interpretação do significado): “Allah cancela e confirma o que quer. E, junto dEle, está a Mãe do Livro.” [ar-Ra’d 13:39]
Portanto, podemos entender o que é mencionado na Sunnah sahiha sobre o fato de que manter os laços de parentesco aumenta a expectativa de vida ou a provisão de uma pessoa, ou que a súplica (du’a) pode adiar o decreto divino, pois Allah, exaltado seja, sabia que Seu servo manteria laços de parentesco e ofereceria súplicas, então Ele escreveu no al-Lawh al-Mahfuz que essa pessoa teria ampla provisão e uma vida útil longeva.
E Allah sabe mais.