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Podemos chamar de muçulmanas as pessoas que praticam Shirk e Bid’ah?
1.Bid’ah é adorar a Allah de maneiras que Allah não prescreveu ou adorar a Allah de maneiras que não são as do Profeta ou de seus Califas corretamente guiados. 2. Bid’ah que constitui incredulidade é quando alguém nega um assunto sobre o qual há consenso acadêmico, que é amplamente conhecido e que nenhum muçulmano pode apresentar qualquer desculpa para justificar que não sabe. 3. Bid’ah que não constitui incredulidade é aquilo que não implica rejeição do Alcorão ou de qualquer coisa com a qual Allah enviou Seus mensageiros. 4. Shirk maior é todo tipo de Shirk que o Legislador descreveu como tal e que coloca uma pessoa além dos limites de sua religião. 5. Shirk menor significa todo tipo de discurso ou ação que o Islam descreve como Shirk, mas não coloca uma pessoa além dos limites do Islam.
Todos os louvores são para Allah.
Esta questão envolve duas coisas, Bid’ah (inovação) e Shirk (politeísmo, associação de parceiros a Allah).
Esta questão pode ser dividida em três tópicos:
Shaikh Muhammad ibn ‘Uthaimin (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
“De acordo com a Shari’ah, a definição de Bid’ah é ‘adorar a Allah de maneiras que Allah não prescreveu.’ Se desejar, você pode dizer, ‘adorar a Allah de maneiras que não são as do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) ou de seus Califas corretamente guiados.’”
A primeira definição é tirada do versículo (interpretação do significado):
“Ou têm eles parceiros que legislaram, para eles, o que, da religião, Allah não permitiu?” [Ash-Shura 42:21]
A segunda definição é tirada do Hadith do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), que disse:
“Eu vos exorto a aderir ao meu caminho (Sunnah) e ao caminho dos Califas corretamente guiados que vierem depois de mim. Segurai firme e mordei com os caninos [ou seja, agarrai-vos firmemente], e cuidado com assuntos recém-inventados (inovados).”
Então, todo aquele que adora a Allah de uma maneira que Allah não prescreveu ou de uma maneira que não está de acordo com o caminho do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) ou seus Califas corretamente guiados, é um inovador, quer essa adoração inovadora tenha a ver com os nomes e atributos de Allah, ou com Suas regras e leis.
Com relação a assuntos habituais e costumeiros, estes não são chamados de Bid’ah (inovação) no Islam, embora possam ser descritos como tal em termos linguísticos. Mas, eles não são inovações no sentido religioso, e estas não são as coisas contra as quais o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) estava nos alertando.
E não existe tal coisa no Islam como Bid’ah hasanah (boa inovação).” (Majmu’ Fatawa Ibn ‘Uthaimin, vol. 2, pág. 291)
Bid’ah pode ser dividida em duas categorias:
Se você perguntar, qual é a definição de Bid’ah que constitui incredulidade e que não constitui incredulidade?
A resposta é:
Shaikh Hafith Al-Hakami (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
“O tipo de Bid’ah que constitui incredulidade é quando alguém nega um assunto sobre o qual há consenso acadêmico, que é amplamente conhecido e que nenhum muçulmano pode apresentar qualquer desculpa para justificar que não sabe, como negar algo que é obrigatório, tornar obrigatório algo que não é obrigatório, tornar permissível algo proibido, tornar proibido algo permissível; ou acreditar em alguma ideia sobre Allah, Seu Mensageiro e Seu Livro quando eles estão muito acima daquilo proposto, seja em termos de negação ou afirmação – porque isso significa descrer no Alcorão e na mensagem com a qual Allah enviou Seu Mensageiro (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele).
Exemplos incluem a Bid’ah da Jahmiyyah, que negou os atributos de Allah; ou a ideia de que o Alcorão foi criado; ou ainda a ideia de que alguns dos atributos de Allah foram criados; ou a Bid’ah da Qadariyyah que negou o conhecimento e as ações de Allah; ou a Bid’ah da Mujassimah que comparou Allah à Sua criação… etc.
A segunda categoria, Bid’ah que não constitui incredulidade, é definida como aquilo que não implica rejeição do Alcorão ou de qualquer coisa com a qual Allah enviou Seus mensageiros.
Exemplos incluem os Marwani Bid’ahs, que foram denunciados pelos maiores Companheiros (que não os aprovaram, embora eles não os denunciaram como incrédulos nem se recusaram a fazer Bai’ah [pacto, aliança] por causa disso), por coisas como atrasar algumas das orações até o fim dos horários devidos, fazer a Khutbah do ‘Eid antes da oração do ‘Eid, fazer a Khutbah nas sextas-feiras enquanto está sentado, etc.” (Ma’arij Al-Qubul, 2/503-504)
A resposta para isso depende.
Se a Bid’ah constitui incredulidade, então a pessoa é um dos dois tipos a seguir:
Se a Bid’ah não constitui incredulidade, então a pessoa não deve ser denunciada como incrédula. Em vez disso, ela continua sendo muçulmana, mas praticou uma má ação grave.
A resposta é:
Shaikh Muhammad ibn ‘Uthaimin (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
“Em ambos os casos, temos que chamar para a verdade essas pessoas – que afirmam ser muçulmanas, mas cometem atos de Bid’ah que podem constituir incredulidade ou menos do que isso – explicando a verdade sem ser hostil ou condenar o que estão fazendo. Mas, uma vez que sabemos que elas são muito arrogantes para aceitar a verdade – pois Allah diz (interpretação do significado), ‘E não injurieis os que eles invocam além de Allah: pois, eles injuriariam a Allah, por agressão, sem conhecimento.' [Al-An’am 6:108] – se percebermos que são teimosas e arrogantes, então devemos apontar sua falsidade, porque apontar sua falsidade se torna uma obrigação para nós.
Com relação ao boicote, isso depende da Bid’ah. Se for uma Bid’ah que constitui incredulidade, então é obrigatório boicotar a pessoa que a pratica. Se for de um grau menor do que isso, então é essencial examinar a situação mais a fundo. Se algo pode ser conquistado boicotando a pessoa, então o fazemos; se nenhum propósito for atendido com isso, ou se isso apenas a tornar mais desobediente e arrogante, então devemos evitar fazê-lo, porque o que quer que não sirva a nenhum propósito, é melhor não fazer. E também em princípio é inadmissível boicotar um crente, porque o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: ‘Não é permitido que um homem abandone [não fale com] seu irmão por mais de três [dias]'“ (Adaptado de Majmu’ Fatawa Ibn ‘Uthaimin, vol. 2, pág. 293)
Shaikh Muhammad ibn ‘Uthaimin (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
“O Shirk é de dois tipos, Shirk maior que coloca uma pessoa além do limite do Islam, e Shirk menor.”
Aquele que faz um juramento por algo diferente de Allah, mesmo que não creia que alguém além de Allah tenha a mesma grandeza que Ele, é um Mushrik culpado de Shirk menor, independentemente de aquele por quem ele jurou seja ou não venerado pelas pessoas. Não é permitido jurar pelo Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), ou pelo presidente, ou pela kaabah, ou por Jibril, porque isso é Shirk, mas é Shirk menor que não coloca uma pessoa além do limite do Islam.
Outro tipo de Shirk menor é a exibição, o que significa que uma pessoa faz algo para que as pessoas vejam, não por Allah.
As maneiras pelas quais a exibição pode cancelar atos de adoração são as seguintes:
O primeiro é quando a pessoa resiste a isso – então, isso não a prejudica.
Por exemplo, um homem rezou uma Rak’ah, então algumas pessoas aparecem durante sua segunda Rak’ah e ocorre a ele tornar o Ruku’ ou Sujud mais longo, ou chorar, ou algo do tipo. Se ele resiste a isso, isso não o prejudica, porque ele está se esforçando contra essa ideia. Mas, se ele levar isso adiante, então toda ação que decorreu da ostentação é inválida, tal como se ele prolongasse sua posição ou prostração, ou se ele se chorasse – todas essas ações seriam canceladas. Mas essa invalidação se estende a todo o ato de adoração ou não?
Dizemos que qualquer um dos seguintes pontos deve ser aplicado:
Este é o caso da oração – a última parte dela não pode ser invalidada sem que a primeira parte também seja, então toda a oração é inválida.
Um exemplo disso é um homem que tem cem reais, e dá cinquenta em caridade pela causa de Allah com uma boa intenção, depois dá cinquenta em caridade com o propósito de se exibir. Os primeiros cinquenta são aceitos, e os segundos cinquenta não são aceitos, porque o último é separado do primeiro.” (Majmu’ Fatawa wa Rasa’il Ibn ‘Uthaimin, e Al-Qawl Al-Mufid Sharh Kitab Al-Tawhid, vol. 1, pág. 114, 1ª edição)
E Allah sabe mais.