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Cumprimentar os Cristãos pela ocasião de suas festividades

27-12-2016

Pergunta 106668

Qual o parecer sobre felicitar os cristãos pela ocasião das suas festividades dizendo kul sanah wa antum tayyibin (o equivalente aproximadamente a “muitas felicidades”), desejando-lhes o melhor e esperando que fiquem bem, ou seja, que eles não nos importunarão com relação à nossa religião, e não com o intuito de cumprimentá-los pelo shirk deles, como pensam alguns shaikhs?

Texto da resposta

Todos os louvores são para Allah.

O que é proibido com relação a cumprimentar os cristãos pela ocasião dos seus festivais é expressar alegria sobre isto, sendo excessivamente educado e mostrando aprovação das suas ações, mesmo que isso só seja expresso externamente, sem senti-lo interiormente.

A proibição refere-se àqueles que mostram qualquer tipo de participação ou aprovação, tal como dar presentes, cumprimentos verbais, tirar folga do trabalho, fazer comida, ir a lugares de lazer e outros costumes de celebração. Ter qualquer intenção diferente do que é dito (ao felicitá-los) não o torna permitido. A aparência exterior destas ações é suficiente para dizer que é proibido.

Sabe-se que a maioria daqueles que tomam uma atitude indulgente em relação a tais assuntos não pretende se juntar aos cristãos em seu shirk; ao contrário, o que os motiva, em alguns casos, é mostrar cortesia, e em outros casos é timidez, mas a cortesia em relação à falsidade não é permitida; ao invés disso, o que é necessário é denunciar o mal e se esforçar para mudá-lo.

Shaikh al-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse em Majmu’ al-Fataawa (2/488):

Não é permitido que os muçulmanos os imitem, de qualquer forma que seja exclusiva do festival deles, seja em comida, roupas, banho, acender fogueira/velas ou abster-se do trabalho ou da adoração habitual, e assim por diante. E não é permitido dar uma festa ou trocar presentes, ou vender coisas que os ajude a celebrar seus festivais, ou deixar que as crianças e outros participem das brincadeiras que são feitas nos festivais deles, ou enfeitar-se ou colocar decorações.

De forma geral, os muçulmanos não são permitidos a escolher especificamente os festivais dos kuffaar por qualquer destes rituais ou costumes. Ao contrário, o dia do festival deles é apenas um dia comum para os muçulmanos, e eles não devem escolhê-lo para nenhuma atividade que seja parte do que os kuffaar fazem nestes dias.

Quanto ao que os muçulmanos fazem deliberadamente, isso é considerado como makruh por vários das gerações anteriores e posteriores. Quanto a escolher (tais dias) pelas coisas supramencionadas, não há controvérsia quanto a isso dentre os sábios; na verdade, alguns deles são da opinião que aquele que faz estas coisas é kaafir (incrédulo), porque isso envolve veneração aos símbolos de kufr (incredulidade). E alguns deles disseram que aquele que abate um carneiro no dia do festival deles, é como se tivesse abatido um porco.

‘Abdullah ibn ‘Amr ibn al-‘Aas disse: Aquele que segue a tradição dos não-muçulmanos e observa seus Nawruz e Mahrajaan (festivais), e os imita até morrer assim, será reunido com eles no Dia de Ressurreição.

Amir al-Mu’minin ‘Umar ibn al-Khattab, os Sahaabah e todos os imams dos muçulmanos estipularam que eles não deveriam celebrar suas festas abertamente nas terras dos muçulmanos; em vez disso, deveriam fazê-lo em particular em suas casas.

Uma das primeiras gerações disse, a respeito do versículo em que Allah, Exaltado seja, diz (interpretação do significado): “E os que não prestam falso testemunho” [al-Furqaan 25:72]: (Isto se refere) às festividades dos kuffaar; se aquilo tem a ver com testemunhá-las, e efetivamente não fazer nada, então, que dirá fazer as coisas que são exclusivas dos seus festivais? Foi narrado a partir do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) em al-Musnad e as-Sunan que ele disse: “Quem imita um povo é parte dele”. De acordo com outra versão ele disse: “Não é um de nós quem imita outros.” Este é um isnaad jayyid (ou seja, uma boa cadeia de transmissão do hadith).Se este é o caso com relação a imitá-los em seus assuntos, e isto tem a ver com costumes, então, que dirá com relação a imitá-los nos assuntos que são mais sérios que esse? A maioria dos imams considerou como makruh – seja no sentido de ser proibido ou no sentido disso ser desencorajado – comer a carne que eles abatem na época dos seus festivais e sacrifícios, e eles o incluem sob a designação de que é sacrificado para outra coisa além de Allah e do que foi sacrificado em altares de pedras (para ídolos). Similarmente, eles também proibiram ajudá-los em suas festividades, dando presentes ou vendendo-os para eles e disseram: Não é permitido que os muçulmanos vendam aos cristãos qualquer coisa para o propósito de suas festividades, quer seja carne, sangue ou roupas; eles não devem alugar qualquer tipo montaria para os cristãos ou ajudá-los com qualquer de seus assuntos religiosos, porque isso é parte integrante de venerar o shirk deles e ajudá-los em seu kufr. Aqueles em posições de autoridade deveriam proibir os muçulmanos de fazer isso, porque Allah, Exaltado seja, diz (interpretação do significado): “…auxiliai-vos na virtude e na piedade. Não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade” [al-Ma’idah 5:2]. Além disso, não é permitido ao muçulmano ajudá-los em consumir álcool, ao espremer o suco (para uma bebida) e assim por diante, então, que dirá ajudá-los naquilo que é um dos símbolos de kufr? Se não é permitido que ele mesmo os ajude, então, que dirá se é ele quem efetivamente faz isso?! Fim de citação.

Em várias respostas no nosso website discutimos este assunto e explicamos a razão para a proibição. Por favor, consulte as respostas às perguntas  90222, e 50074

E Allah sabe melhor.

A Lealdade e a Inimizade
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