Todos os louvores são para Allah.
Em primeiro lugar:
Não há nada de errado em um Muçulmano abrir seu negócio no dia dos eids Muçulmanos (Eid al-Fitr e Eid al-Adha), sujeito à condição de que não venda nada que possa ajudar algumas pessoas a desobedecerem a Allah.
Em segundo lugar:
No que diz respeito à pessoa abrir seu negócio em dias que os não Muçulmanos têm como festivais, como natal, festas judaicas, budistas ou hindus, não há nada de errado com isso também, sujeito à condição de que não venda nada que possa ajudar nos pecados deles, como bandeiras, banners, imagens, cartões de saudação, luminárias, flores, ovos coloridos e tudo o mais que usam em suas festas.
Da mesma forma, ele não deveria vender aos Muçulmanos qualquer coisa que pudesse ajudá-los a se assemelharem aos kuffaar em seus festivais.
O princípio básico a respeito disso é que o Muçulmano é proibido de pecar ou ajudar qualquer outra pessoa a fazê-lo. Allah diz (interpretação do significado):
"auxiliai-vos na virtude e na piedade (al birr e al taqwah). Não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade, mas temei a Deus, porque Deus é severíssimo no castigo." [Al-Maaida 5: 2]
Shaikh al-Islam Ibn Taymiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: "Um Muçulmano não deve vender coisas que ajudem outros Muçulmanos a imitá-los (os kuffaar) em suas festas, como comida, roupas etc., pois isto é ajudar a fazer o mal." Fim da citação de Iqtida 'al-Siraat al-Mustaqim, 2/520
E ele disse: "Quanto aos Muçulmanos vendendo para os [kuffaar], em seus festivais, as coisas que os ajudam a celebrar suas festas, como comida, roupas, ervas e assim por diante, ou dar essas coisas para eles, este é um tipo de ajuda para que eles estabeleçam suas festas haraam (ilícitas)."
É narrado que Ibn Habib al-Maaliki disse: "Você não vê que não é permitido para os Muçulmanos venderem aos cristãos qualquer coisa que tenha a ver com suas festas, seja carne, condimentos ou roupas? Eles não devem emprestá-los aparatos ou ajudá-los em qualquer parte de suas festas, porque isso é como venerar seu shirk (politeísmo) e ajudá-los em seu kufr (incredulidade). As autoridades deveriam proibir os Muçulmanos de fazerem isso. Esta é a visão de Maalik e outros, e eu não sei de alguém que tenha discordado disso.
Iqtida' al-Siraat al-Mustaqim, 2/526; Al-Fataawa al-Kubra, 2/489; Ahkaam Ahl al-Dhimmah, 3/1250
Shaikh al-Islam também disse: Se as coisas que compram são usadas para fazer coisas haram (ilícitas), como cruzes, ramos de palma, fontes batismais, incenso, carne que foi abatida para qualquer pessoa ou qualquer outra coisa além de Allah, imagens e assim por diante, então elas são, sem dúvida, haraam, como vender-lhes suco para eles usarem como vinho, ou construir igrejas para eles.
No que diz respeito às coisas que eles usam em suas festas, como comida, bebida e roupas, os princípios básicos de Ahmad e outros sugerem que estes são makruh, mas makruh significa que é haraam, como no madhhab de Maalik, ou que é desaconselhável? A visão mais provável é que é makruh no sentido de ser haram, pois ele não permite a venda de pão, carne e ervas para os malfeitores que beberão vinho com eles, porque estas coisas os ajudarão a manifestar a falsa religião e aumentar o número de pessoas que irá se reunir em seu festival. Isso é pior do que ajudar uma pessoa em particular. Al-Iqtida', 2/2/552
Ibn Hajar al-Makki (que Allah tenha misericórdia dele) foi questionado sobre a venda de almíscar a um kaafir, sabendo que ele está comprando para perfumar seus ídolos, ou a venda de um animal para um kaafir sabendo que ele vai matá-lo de uma forma imprópria para comê-lo.
Ele respondeu:
É haraam vender em ambos os casos, assim como os estudiosos disseram: se o vendedor sabe que o comprador vai usar os bens para fins pecaminosos, é haraam vendê-los a ele. Perfumar ídolos e matar animais para serem comidos sem ser devidamente abatidos são dois grandes pecados, mesmo para eles, porque a visão mais correta sobre os kuffaar é que os mandamentos da shari'ah (legislação islâmica) são dirigidos a eles exatamente como eles são dirigidos aos Muçulmanos. Portanto, não é permitido ajudá-los vendendo coisas que podem facilitá-los fazer essas coisas. Semelhante a ter certeza neste caso é pensar que isso provavelmente acontecerá. E Allah sabe melhor. Fim da citação de al-Fataawa al-Fiqhiyah al-Kubra, 2/270
Para concluir: é permitido que um Muçulmano abra seu negócio nos dias de festivais kaafir, sujeito a duas condições:
1 - Que não venda a eles nada que possa ser usado para o pecado ou que os ajude a celebrar as suas festas.
2 - Que não venda aos Muçulmanos qualquer coisa que os ajude a imitar os kuffaar nestes festivais.
Sem dúvida, existem bens específicos que são utilizados para esses festivais, tais como cartões de saudação, imagens, estátuas, cruzes e certos tipos de árvores. Não é permitido vender essas coisas, nem as trazer para a loja.
Quanto a outras coisas que podem ser usadas para este festival ou para outros fins, então o empresário deve fazer o seu melhor para resolver isso, e não os vender para pessoas cuja situação ele sabe ou desconfia que provavelmente irão usá-los para fins ilícitos ou para comemorar esse festival, tal como roupas, perfumes e alimentos.
E Allah sabe melhor.