Todos os louvores são para Allah.
Primeiro:
O muçulmano é obrigado a aprender as regras da shari’ah que ele precisa de saber e não pode ficar sem saber delas, tal como as regras sobre a purificação, oração, etc., e antes de tudo isso, ele precisa de saber sobre a Unicidade de Allah (Tawhid), mesmo que seja em termos gerais, e saber o que nulifica o Tawhid e a fé, para que adore a Allah, Exaltado seja, com base nesse conhecimento.
Pais e mães devem ensinar as suas crianças sobre o que elas precisam de saber das regras islâmicas, incluindo a purificação e a oração.
Isto é um dos direitos que as crianças têm sobre os seus pais.
Segundo:
Se uma pessoa não está ciente dos vereditos sobre a purificação, e ela reza com purificação inválida por ignorância da sua parte, então não pecou e ela não tem de fazer essas orações que ofereceu com purificação imperfeita outra vez.
O Sheikh al-Islam Ibn Taymiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
Baseando-nos nisso, se uma pessoa não se purifica da maneira obrigatória porque o veredito não chegou até ela, tal como se ela comer carne de camelo e não fizer wudu’ depois disso, e depois o veredito chega até ela e esclarece a questão de que wudu’ é obrigatório neste caso, ou ela reza no curral dos camelos, e depois o veredito chega até ela e torna-se claro, ela tem de repetir as suas orações anteriores?
Há duas opiniões acadêmicas, ambas narradas por Ahmad.
Um caso semelhante seria se alguém tocasse nas suas partes íntimas e rezasse e lhe fosse esclarecido que é obrigatório fazer wudu depois de tocar nas partes íntimas.
A opinião correta em todos estes casos é que a pessoa não tem de repetir as orações, porque Allah perdoa coisas feitas por erro ou por esquecimento, e porque Ele diz:“E não é admissível que castiguemos a quem quer que seja, até que lhe enviemos um Mensageiro” [al-Isra’ 17:15].
Se a ordem do Mensageiro (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) sobre um determinado assunto não chegar a uma pessoa, então o veredito de que é obrigatório [compensar por isso] não é provado neste caso. Assim como no caso de Umar e Ammar, quando eles se tornaram junub [impuros depois de atos sexuais] e Umar não rezou enquanto Ammar rezou depois de se enrolar no pó, o Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) não instruiu que qualquer um deles repetisse a oração. De forma semelhante, ele não instruiu Abu Dharr a repetir a oração quando ele costumava ficar junub e permanecer vários dias sem rezar. E ele não instruiu o companheiro que comia até ele distinguir, literalmente, a linha branca da linha preta, a compensar pelo jejum. E ele não instruiu aqueles que rezavam na direção de Jerusalém, antes da notícia lhes chegar que este veredito tinha sido revogado (de se virar para Jerusalém na oração), a compensar essas orações.
Um caso semelhante é o de uma mulher que sofria de istihadah (sangramento não menstrual irregular) e não rezava por um tempo porque ela pensava que a oração não era obrigatória no seu caso. Há duas opiniões acadêmicas sobre se lhe é obrigatório compensar pelas orações perdidas. A primeira é que não lhe é obrigatório - como foi narrado por Malik e outros - porque quando a mulher que sofria de istihadah disse ao Profeta (que a paz e bênçãos de Allah estejam com ele) “Eu sangro abundantemente e isso tem-me mantido longe da oração e jejum”, ele disse-lhe o que ela teria de fazer no futuro, mas não a instruiu a compensar pelas orações do passado.
É-me provado através de relatos mutawatir que, entre as mulheres e homens no deserto e noutros sítios, há aqueles que atingem a puberdade e não estão cientes de que a oração lhes é obrigatória. Na verdade, se é dito a uma mulher para ela rezar, ela diz “Só quando for mais velha e me tornar uma idosa”! – pensando que a oração só é obrigatória para idosas e coisas do tipo. Entre os seguidores dos sheikhs (isto é, sufis), há muitos grupos que não sabem que a oração é obrigatória para eles. Nestes casos, não lhes é obrigatório [depois da informação lhes chegar de que a oração é obrigatória] compensar pelas orações perdidas, de acordo com a opinião correta.
[Majmu’ al-Fatawa, 21/101, 102]
Para mais informação, por favor, veja as respostas às questões nº 9446 e 45648
E Allah sabe melhor.