Todos os louvores são para Allah.
O que é Ma’azif?
Ma’azif é o plural de mi’zafah, e se refere a instrumentos musicais (Fath al-Bari, 10/55), instrumentos que são tocados (al-Majm’, 11/577). Al-Qurtubi (que Allah tenha misericórdia dele) narrou de al-Jawhari (que Allah tenha misericórdia dele) que ma’azif significa cantar. Em seu Sihah, foi dito que significa instrumentos musicais. Também foi dito que se refere ao som dos instrumentos. Em al-Hawashi, ad-Dimyati (que Allah tenha misericórdia dele) disse: ma’azif significa tambores (dufuf, sing. daff) e outros instrumentos de percussão (Fath al-Bari, 10/55).
Evidências da proibição de música e canto no Alcorão e na Sunnah
Allah diz na Surah Luqman (interpretação do significado):
“E, dentre os homens, há quem compre falsas narrativas, para, sem ciência, descaminhar os outros do caminho de Allah…” [Luqman 31:6]
O estudioso da ummah, Ibn ‘Abbas (que Allah esteja satisfeito com ele), disse: isto significa cantar. Mujahid (que Allah tenha misericórdia dele) disse: isto significa tocar tambor (tabl). (Tafsir at-Tabari, 21/40)
Al-Hassan al-Basri (que Allah tenha misericórdia dele) disse: esta ayah foi revelada sobre canto e instrumentos musicais (lit. instrumentos de sopro). (Tafsir Ibn Kathir, 3/451)
As-Sa’di (que Allah tenha misericórdia dele) disse: isso inclui todo tipo de discurso haram, toda conversa fiada e falsidade, também todo absurdo que encoraja o kufr (incredulidade) e a desobediência; as palavras daqueles que dizem coisas para refutar a verdade e argumentam em apoio à falsidade, com intuito de derrotar a verdade; e calúnias, difamações, mentiras, insultos e maldições; o canto e os instrumentos musicais do Shaitan; assim como os instrumentos musicais que não são de nenhum benefício espiritual ou mundano. (Tafsir al-Sa’di, 6/150)
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
“A interpretação dos Sahabah e Tabi’in, de que ‘conversa fiada’ se refere a cantar, é suficiente. Isso foi relatado com um isnad sahih (cadeia de transmissão autêntica) de Ibn ‘Abbas e Ibn Mas’ud. Abu’l-Sahba disse: Perguntei a Ibn Mas’ud sobre a ayah (interpretação do significado), ‘E, dentre os homens, há quem compre falsas narrativas’ [Luqman 31:6]. Ele respondeu: Por Allah, além do Qual não há outro deus, isso significa cantar – e ele repetiu isso três vezes. Também foi relatado com um isnad sahih de Ibn ‘Umar (que Allah esteja satisfeito com ambos) que isso significa cantar.
Não há contradição entre a interpretação de “conversa fiada” como significando cantar ou significando histórias dos persas e seus reis ou dos reis dos romanos, e assim por diante, como an-Nadr ibn al-Harith costumava dizer às pessoas de Makkah, para distraí-las do Alcorão.
Ambas são conversa fiada. Por isso Ibn ‘Abbas disse: “Conversa fiada” é falsidade e canto. Alguns dos Sahabah se referiram a uma e outros se referiram a outra, e alguns a ambas. Cantar é pior e mais prejudicial do que histórias de reis, porque leva à zina e faz a hipocrisia crescer (no coração); é a armadilha do Shaitan, e turva a mente. A maneira como bloqueia as pessoas em relação ao Alcorão é pior do que a maneira como outros tipos de conversa fiada bloqueia, porque as pessoas são naturalmente inclinadas a isso e tendem a querer ouvir.
As ayat condenam a substituição do Alcorão por conversa fiada para desviar (os homens) do caminho de Allah, de maneira ignorante e tomar isso como uma piada, porque quando uma ayah do Alcorão é recitada para tal pessoa, ela vira as costas como se não tivesse ouvido, como se fosse surda. Se esta pessoa ouve qualquer coisa (do Alcorão), ela faz piada. Tudo isso acontece apenas no caso das pessoas que são teimosamente incrédulas, e se algo semelhante acontece com cantores e aqueles que os ouvem, ambos têm uma parcela dessa culpa.” (Ighathat al-Lahfan, 1/258-259)
Allah diz (interpretação do significado):
“[Allah disse a Iblis:] E importuna, com tua voz, a quem puderes, dentre eles…” [al-Isra 17:64]
Foi narrado que Mujahid (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “E os engana gradualmente, a quem puder dentre eles, com sua voz” – [a voz de Iblis/Shaitan] é canto e falsidade.
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Esta idafah [construção possessiva ou genitiva, ou seja, sua voz] serve para tornar o significado específico, com as frases [traduzidas como] “tua cavalaria e tua infantaria” [no mesmo versículo]. Todo aquele que fala de qualquer forma na qual não haja obediência a Allah, todo aquele que toca uma flauta ou outro instrumento de sopro, ou que toca qualquer tipo de tambor haram, esta é a voz do Shaitan. Todo aquele que anda para cometer algum ato de desobediência a Allah é parte de sua infantaria [do Shaitan], e todo aquele que cavalga para cometer pecado é parte de sua cavalaria. Esta é a visão dos Salaf, como Ibn ‘Abi Hatim narrou de Ibn ‘Abbas: sua infantaria é todo aquele que caminha para desobedecer a Allah.” (Ighathat al-Lahfan)
Allah diz (interpretação do significado):
“Então, admirai-vos desta Mensagem? E rides, e não chorais, enquanto estais brincando [desperdiçando sua (preciosa) vida em passatempo e diversões (cantando)].” [al-Najm 53:59-61]
‘Ikrimah (que Allah tenha misericórdia) disse: foi narrado por Ibn ‘Abbas que as-sumud [substantivo verbal de samidun, traduzido como “Desperdiçar sua (preciosa) vida em passatempos e diversões (cantando)”] significa “cantar”, no dialeto de Himyar; pode-se dizer “Ismidi lana” [‘cante para nós’ – da mesma raiz que samidun/sumud] significando “ghaniy” [canto]. E ele disse (que Allah tenha misericórdia dele): Quando eles [os kuffar] ouviam o Alcorão, cantavam, então esta ayah foi revelada.
Ibn Kathir (que Allah tenha misericórdia) disse: “Allah diz (interpretação do significado) “enquanto estais brincando” – Sufian ath-Thawri disse, narrando de seu pai, através de Ibn ‘Abbas: (isso significa) cantar. Este é o dialeto iemenita: ismad lana significa ghan lana [cante para nós]. Esta também era a visão de ‘Ikrimah.” (Tafsir Ibn Kathir)
Abu Umamah (que Allah esteja satisfeito com ele) relatou que o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Não vendei escravas cantoras, não as comprei e não as ensinei. Não há nada de bom neste comércio, e seu preço é haram. Sobre coisas como esta, o seguinte versículo foi revelado (interpretação do significado): ‘E, dentre os homens, há quem compre falsas narrativas, para, sem ciência, descaminhar os outros do caminho de Allah...’ [Luqman 31:6].” (hadith hassan)
O Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Entre minha ummah certamente haverá pessoas que permitem zina, seda, álcool e instrumentos musicais…” (Narrado por al-Bukhari, ta’liqan n° 5590; narrado como mawsul por at-Tabarani e al-Baihaqi. Veja as-Silsilah as-Sahihah por al-Albani, 91)
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia) disse: Este é um hadith sahih narrado por al-Bukhari em seu Sahih, onde ele o citou como evidência e declarou que é mu’allaq (hadith cuja isnad está quebrada/incompleta). Ele disse: Capítulo sobre o que foi narrado quanto àqueles que permitem álcool e o chamam por outro nome.
Este hadith indica, de duas maneiras, que instrumentos musicais e o prazer de ouvir música são haram. A primeira é o fato de que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “[eles] permitem”, o que indica claramente que as coisas mencionadas, incluindo instrumentos musicais, são haram de acordo com a shari’ah, mas aquelas pessoas os permitem. A segunda maneira é o fato de que instrumentos musicais são mencionados ao lado de coisas que são definitivamente conhecidas como haram, ou seja, zina e álcool: se eles (instrumentos musicais) não fossem haram, por que seriam mencionados ao lado dessas coisas? (adaptado de as-Silsilah as-Sahihah por al-Albani, 1/140-141)
Shaikh al-Islam (Ibn Taimiyah) (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Este hadith indica que ma’azif são haram, e ma’azif significa instrumentos musicais de acordo com os estudiosos da língua (árabe). Esta palavra inclui todos esses instrumentos. (al-Majmu’, 11/535).
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse: E sobre o mesmo tópico comentários semelhantes foram narrados de Sahl ibn Sa’d al-Sa’idi, ‘Imran ibn Hussein, ‘Abd-Allah ibn ‘Amr, ‘Abd-Allah ibn ‘Abbas, Abu Hurairah, Abu Umamah al-Bahili, ‘Aishah Umm al-Mu’minin, ‘Ali ibn Abi Talib, Anas ibn Malik, ‘Abd al-Rahman ibn Sabit e al-Ghazi ibn Rabi’ah. Então, ele mencionou isso em Ighathat al-Lahfan, e isso indica que eles (instrumentos musicais) são haram.
Foi narrado que Nafi’ (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Ibn ‘Umar ouviu um instrumento de sopro, e ele colocou os dedos nos ouvidos e se manteve longe daquele caminho. Ele me perguntou, “Ó Nafi’, tu consegues ouvir alguma coisa?” Eu respondi, Não. Então, ele tirou os dedos dos ouvidos e disse: “Eu estava com o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e ele ouviu algo semelhante, e fez a mesma coisa” (Sahih Abi Dawud). Alguém insignificante disse que este hadith não prova que instrumentos musicais são haram, porque se assim fosse, o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) teria instruído Ibn ‘Umar (que Allah esteja satisfeito com ambos) a colocar os dedos nos ouvidos também, e Ibn ‘Umar teria instruído Nafi’ a fazer o mesmo! A resposta para isso é: Ele não estava ouvindo, mas podia escutar. Há uma diferença entre ouvir e escutar – vamos considerar, nesta explicação, “ouvir” como ativo, quando há intenção de ouvir; já “escutar” como passivo, quando não há intenção de ouvir.
Shaikh al-Islam (Ibn Taimiyah, que Allah tenha misericórdia dele) disse: Em relação à (música) que uma pessoa não pretende ouvir, não há proibição ou culpa, de acordo com o consenso acadêmico. Portanto, a culpa ou não estão conectadas à audição, não à escuta. Aquele que ouve o Alcorão será recompensado por isso, enquanto aquele que o escuta sem intenção ou vontade não será recompensado por isso, porque as ações são julgadas pelas intenções. O mesmo se aplica aos instrumentos musicais que são proibidos: se uma pessoa os escuta sem intenção, isso não importa. (al-Majmu’, 10/78).
Ibn Qudamah al-Maqdisi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: o ouvinte é aquele que pretende ouvir, o que não foi o caso de Ibn ‘Umar (que Allah esteja satisfeito com ambos); o que aconteceu em seu caso foi escutar. O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) precisava saber quando o som parou porque ele havia se afastado daquele caminho e bloqueado seus ouvidos. Ele não queria voltar para aquele caminho ou destampar seus ouvidos até que o barulho parasse, então, o fato dele ter permitido que Ibn ‘Umar continuasse ouvindo, foi por necessidade. (al-Mughni, 10/173)
(Embora a audição mencionada nos comentários dos dois imames seja makruh – desaconselhável, ela foi permitida por necessidade, como veremos abaixo nos comentários do Imam Malik (que Allah tenha misericórdia dele).
E Allah sabe mais.
Opiniões dos estudiosos sobre música e canto
Al-Qasim (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Cantar é parte da falsidade. Al-Hassan (que Allah tenha misericórdia dele) disse: se houver música envolvida em um convite para jantar (walimah), não aceite o convite (al-Jami’ por al-Qairawani, pág. 262-263).
Shaikh al-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: A visão dos quatro imames é que todos os tipos de instrumentos musicais são haram. Foi relatado em Sahih al-Bukhari e em outros lugares que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse que haveria entre sua ummah aqueles que permitiriam zina, seda, álcool e instrumentos musicais, e ele disse que estas pessoas seriam transformadas em macacos e porcos... Nenhum dos seguidores dos imames mencionou qualquer disputa sobre a questão da música. (al-Majmu’, 11/576).
Al-Albani (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Os quatro madhhabs concordam que todos os instrumentos musicais são haram. (as-Sahihah, 1/145).
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse: O madhhab de Abu Hanifah é o mais rigoroso a esse respeito, e seus comentários estão entre os mais severos. Seus companheiros declararam claramente que é haram ouvir quaisquer instrumentos musicais, como a flauta e o tambor, até mesmo bater com uma vara. Eles declararam que é um pecado que implica que uma pessoa é um fasiq (malfeitor rebelde) cujo testemunho deve ser rejeitado. Eles foram além disso e disseram que ouvir música é fisq (rebelião, maldade) e apreciá-la é kufr (incredulidade). Estas são suas palavras. Eles narraram em apoio a isso um hadith que não poderia ser atribuído ao Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele). Eles disseram: ele deve tentar não ouvir se passar por ele ou se estiver em sua vizinhança. Abu Yusuf disse, a respeito de uma casa na qual se ouve o som de instrumentos musicais: Entre sem a permissão deles, porque proibir ações malignas é obrigatório, e se não for possível entrar sem permissão, as pessoas não podem cumprir o dever obrigatório (de ordenar o que é bom e proibir o que é mau). (Ighathat al-Lahfan, 1/425).
Imam Malik (que Allah tenha misericórdia dele) foi questionado sobre tocar tambor ou flauta e uma pessoa, por acaso, ouvir o som e gostar enquanto estiver caminhando ou sentada. Ele comentou: A pessoa deve se levantar se achar que gosta, a menos que esteja sentada por necessidade ou não consiga se levantar. Se estiver na estrada, ela deve voltar ou seguir em frente. (al-Jami’ por al-Qairawani, 262). Ele (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “As únicas pessoas que fazem coisas assim, em nossa opinião, são os fasiqs.” (Tafsir al-Qurtubi, 14/55)
Ibn ‘Abd al-Barr (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Entre os tipos de ganhos que são haram pelo consenso acadêmico estão riba, a taxa de uma prostituta, qualquer coisa proibida, subornos, pagamento para lamentar pelos mortos e cantar, pagamentos a adivinhos e aqueles que afirmam conhecer o invisível ou astrólogos, pagamentos para flautistas e todos os tipos de jogos de azar. (al-Kafi)
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse, explicando a visão do Imam ash-Shafi’i: Seus companheiros que conhecem seu madhhab (ponto de vista) declararam que é haram e denunciaram aqueles que disseram que ele permitiu. (Ighathat al-Lahfan, 1/425).
O autor de Kifayat al-Akhbar, que era um dos Shafi’is, contou instrumentos musicais como flautas e outros, como sendo munkar (maus), e aquele que está presente (onde eles estão sendo tocados) deve denunciá-los. (Não há isenção de culpa pelo fato de que há maus estudiosos, porque estes estão corrompendo a shari’ah, ou mesmo fuqaha malignos – ou seja, os sufis, pois eles se intitulam fuqaha/faquires – porque são ignorantes e seguem qualquer um que faça algazarra; eles não são guiados pela luz do conhecimento; ao contrário, balançam com qualquer vento. (Kifayat al-Akhbar, 2/128)
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Com relação à visão do Imam Ahmad, seu filho ‘Abd-Allah disse: Perguntei ao meu pai sobre cantar. Ele respondeu: Cantar faz a hipocrisia crescer no coração; eu não gosto disso. Então, ele mencionou as palavras de Malik: os malfeitores (fasiqs) entre nós fazem isso. (Ighathat al-Lahfan)
Ibn Qudamah, o pesquisador do madhhab Hanbali, (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Os instrumentos musicais haram são de três tipos. Estes são as cordas e todos os tipos de flauta, alaúde, tambor e rabab (instrumento de cordas) e semelhantes. Quem persistir em ouvi-los, seu testemunho deve ser rejeitado. (al-Mughni, 10/173).
E ele disse (que Allah tenha misericórdia dele): se uma pessoa for convidada para uma reunião na qual há algo questionável, como vinho e instrumentos musicais, e ela for capaz de denunciar, então, deve comparecer e falar contra isso, porque assim estará combinando dois deveres obrigatórios. Se a pessoa não for capaz de fazer isso, então ela não deve comparecer. (al-Kafi, 3/118)
At-Tabari (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Os estudiosos de todas as regiões concordam que cantar é makruh e deve ser evitado. Embora Ibrahim ibn Sa’d e ‘Ubaid-Allah al-’Anbari diferissem da maioria, (deve-se notar que) o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Adira à maioria.” E quem morre diferindo da maioria, morre como um jahil (ignorante). (Tafsir al-Qurtubi, 14/56). Em gerações anteriores, a palavra “makruh” era usada para significar haram, então assumiu o significado de “desaconselhável”. Mas isso deve ser entendido como significando que é proibido, porque ele [at-Tabari] disse “deve ser evitado”, e nada deve ser evitado exceto o que é haram; e também, porque nos dois ahaadith citados, a música é denunciada nos termos mais fortes. Al-Qurtubi (que Allah tenha misericórdia dele) é quem narrou este relato, ele disse: Abu’l-Faraj e al-Qaffal entre nossos companheiros disseram: o testemunho do cantor e do dançarino não deve ser aceito. Eu digo: se for comprovado que este assunto não é permitido, então pagar por isso também não é permitido.
Shaikh al-Fawzan (que Allah o preserve) disse: O que Ibrahim ibn Sa’d e ‘Ubaid-Allah al-’Anbari disseram sobre cantar não é como o tipo de canto que é conhecido hoje em dia, pois eles nunca teriam permitido este tipo de canto que é o máximo em imoralidade e obscenidade. (al-I’lam)
Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Não é permitido construir instrumentos musicais. (al-Majmu’, 22/140). E ele disse: De acordo com a maioria dos fuqaha (estudiosos do fiqh), é permitido destruir instrumentos musicais, como o tanbur [um instrumento de cordas semelhante a um bandolim]. Esta é a visão de Malik e é a mais famosa das duas visões narradas por Ahmad. (al-Majmu’, 28/113). E ele disse: …Ibn al-Mundhir mencionou que os estudiosos concordaram que não é permitido pagar pessoas para cantar ou lamentar… o consenso de todos os estudiosos cujas visões aprendemos é que lamentar e cantar não são permitidos. Ash-Shu’bi, an-Nakha’i e Malik consideraram isso como makruh [ou seja, haram]. Abu Thawr, al-Nu’man – Abu Hanifah (que Allah tenha misericórdia dele) – Ya’qub e Muhammad, dois dos estudantes de Abu Hanifah, disseram: não é permitido pagar nada para cantar e lamentar. Esta é a nossa visão. E Ibn Taimiyah disse: instrumentos musicais são o vinho da alma, e o que eles fazem à alma é pior do que o que bebidas intoxicantes fazem. (Majmu’ al-Fatawa, 10/417)
Ibn Abi Shaibah (que Allah tenha misericórdia dele) relatou que um homem quebrou um bandolim pertencente a outro homem, e este último levou seu caso a Shuraih. Mas Shuraih não lhe concedeu nenhuma compensação – ou seja, ele não fez o primeiro homem pagar o custo do bandolim, porque aquilo era haram e não tinha valor. (al-Musannaf, 5/395).
Al-Baghawi (que Allah tenha misericórdia dele) declarou em uma fatwah que é haram vender todos os tipos de instrumentos musicais, como bandolins, flautas, etc. Então, ele disse: Se as imagens forem apagadas e os instrumentos musicais forem alterados, então é permitido vender suas partes, sejam elas de prata, ferro, madeira ou o que for. (Sharh al-Sunnah, 8/28)
Ad-Daff: Uma exceção apropriada
A exceção ao mencionado acima é o daff – sem nenhum anel (ou seja, um tambor de mão que se parece com um pandeiro, mas sem platinelas) – quando usado por mulheres em ‘Eids e em casamentos. Isso é indicado por relatos sahih.
Shaikh al-Islam (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Mas, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) abriu concessões para certos tipos de instrumentos musicais em casamentos e festas similares, e ele abriu concessões para mulheres tocarem daff em casamentos e outras ocasiões alegres. Porém, os homens em sua época não tocavam daff ou batiam palmas. Foi narrado em as-Sahih que ele disse: “Bater palmas é para mulheres e tasbih (dizer Subhan’Allah) é para homens.” E ele amaldiçoou mulheres que imitam homens e homens que imitam mulheres. Como cantar e tocar daff são coisas que mulheres fazem, os Salaf costumavam chamar qualquer homem que fizesse isso de mukhannath (afeminado), e eles costumavam chamar cantores homens de afeminados – e quantos deles existem hoje em dia! É bem sabido que os Salaf disseram isso.
Em uma linha semelhante está o hadith de ‘Aishah (que Allah esteja satisfeito com ela), quando seu pai (que Allah esteja satisfeito com ele) entrou na sua casa na hora do ‘Eid, e havia duas jovens com ela que estavam cantando os versos que os Ansar haviam dito no dia de Bu’ath – e qualquer pessoa sensata saberia o que as pessoas dizem sobre a guerra. Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele) disse: “Instrumentos musicais do Shaitan na casa do Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele)?!” O Mensageiro de Allah havia se afastado deles e estava de frente para a parede – portanto, alguns estudiosos disseram que Abu Bakr não repreenderia ninguém na frente do Mensageiro de Allah, mas ele pensou que o Mensageiro de Allah não estava prestando atenção ao que estava acontecendo. E Allah sabe mais. Ele (o Profeta) disse: “Deixa-as em paz, ó Abu Bakr, pois cada nação tem seu ‘Eid, e este é o nosso ‘Eid, do povo do Islam.” Este hadith mostra que não era hábito do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e seus Companheiros se reunirem para ouvir cantos, por isso Abu Bakr al-Siddiq os chamou de “instrumentos musicais do Shaitan”. E o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) aprovou esta denominação e não a negou quando disse: “Deixa-as em paz, pois cada nação tem seu ‘Eid e este é o nosso ‘Eid.” Isto indica que a razão pela qual isto foi permitido foi porque era a época do ‘Eid, e a proibição permaneceu em vigor em outras épocas além do ‘Eid, afora as exceções feitas para casamentos em outros ahadith. O shaikh al-Albani explicou isso em seu valioso livro Tahrim Alat al-Tarab (a Proibição de Instrumentos Musicais). O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) aprovou que as meninas cantassem no ‘Eid, como afirmado no hadith: “Para que os mushrikin saibam que em nossa religião há espaço para relaxamento.” Não há nenhuma indicação no hadith sobre as duas meninas que o Profeta estava ouvindo. Os comandos e proibições têm a ver com ouvir, não apenas escutar (sem intenção de ouvir), assim como no caso de ver, as regras têm relação com olhar intencionalmente e não com o que acontece por acidente. Assim, está claro que isso é apenas para mulheres. O Imam Abu ‘Ubaid (que Allah tenha misericórdia dele) definiu o daff como “aquilo que é tocado por mulheres.” (Gharib al-Hadith, 3/64).
Tambores em tempos de guerra e música militar: Uma exceção inapropriada
Alguns abrem uma exceção para tambores em tempos de guerra e, consequentemente, alguns estudiosos modernos disseram que a música militar é permitida. Entretanto, não há embasamento algum para isso, por uma série de razões, a primeira delas é que esta é uma exceção sem nenhuma evidência clara, além da mera opinião e imaginação que é bom, e isso é errado. A segunda razão é que o que os muçulmanos devem fazer em tempos de guerra é voltar seus corações para seu Senhor. Allah diz (interpretação do significado):
“Perguntam-te, Muhammad, pelos espólios. Dize: "Os espólios são de Allah e do Mensageiro. Então, temei a Allah e reconciliai-vos...” [al-Anfal 8:1]. Mas, usar música é o oposto dessa ideia de taqwa e os distrairia de se lembrarem de seu Senhor. Terceiro, usar música é um dos costumes dos kuffar, e não é permitido imitá-los, especialmente com em relação a algo que Allah nos proibiu em geral, como música. (as-Sahihah, 1/145)
“Nenhum povo se desvia depois de ter sido guiado, exceto aqueles que desenvolveram argumentos entre si.” (Sahih)
História dos abissínios tocando e cantando na mesquita do Profeta
Alguns usaram o hadith sobre os abissínios tocando na mesquita do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) como evidência de que cantar é permitido! Al-Bukhari incluiu este hadith em seu Sahih sob o título Bab al-Hirab wa’l-Daraq Yawm al-’Eid (Capítulo sobre Lanças e Escudos no Dia de ‘Eid). An-Nawawi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Isso indica que é permitido brincar com armas e coisas do tipo na mesquita, e ele aplicou isso a outras atividades relacionadas à jihad (Sharh Muslim). Mas, como al-Hafiz ibn Hajar (que Allah tenha misericórdia dele) disse: quem fala sobre algo no qual não é proficiente terá ideias estranhas como essas.
Alguns deles usam como evidência o hadith sobre o canto das duas jovens, que discutimos acima, mas citaremos o que Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse, porque é valioso:
“Estou surpreso que você cite como evidência para permitir ouvir canções sofisticadas o relato que mencionamos sobre as duas jovens, abaixo da idade da puberdade, cantando para outra jovem no dia de ‘Eid alguns versos de poesia árabe sobre bravura na guerra e outras características nobres. Como você pode comparar uma coisa com a outra? O estranho é que este hadith é uma das evidências mais fortes contra aquilo (música). O maior orador da verdade [Abu Bakr al-Siddiq] os chamou de instrumentos musicais do Shaitan, e o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) aprovou essa denominação, mas abriu uma exceção no caso dessas duas jovens que ainda não tinham atingido a idade da responsabilidade e cujas palavras da canção não podiam corromper ninguém que as ouvisse. Isso pode ser usado como evidência para permitir o que você faz e o que sabe sobre ouvir (música) que inclui evidentemente coisas (ruins)?! Subhan Allah! Como as pessoas podem ser desencaminhadas!” (Madarij al-Salikin, 1/493).
Ibn al-Jawzi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: ‘Aishah (que Allah esteja satisfeito com ela) era jovem naquela época; nada foi transmitido dela depois que ela atingiu a idade da puberdade, exceto a condenação de cantar. O filho de seu irmão, al-Qasim ibn Muhammad, condenou o canto e disse que não era permitido ouvi-lo, e ele recebeu seu conhecimento dela. (Talbis Iblis, 229). Al-Hafiz ibn Hajar (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Um grupo de sufis usou este hadith – o hadith sobre as duas jovens – como evidência de que cantar é permitido e é permitido ouvir o canto, seja acompanhado por instrumentos ou não. Esta visão é suficientemente refutada pela declaração clara de ‘Aishah no seguinte hadith, onde ela diz: "Elas não eram cantoras". Ela deixou claro que as meninas não eram cantoras, embora isso possa ser entendido a partir da redação do relato. Portanto, devemos limitar ao que foi narrado no texto quanto à ocasião e à maneira, de modo a reduzir o risco de ir contra o princípio, ou seja, o hadith. E Allah sabe mais. (Fath al-Bari, 2/442-443)
Os Companheiros ouviam cantos?
Algumas pessoas até têm a audácia de sugerir que os Sahabah e Tabi’in ouviam cantos e que não viam nada de errado nisso!
Al-Fawzan (que Allah o preserve) disse: Exigimos que eles nos mostrem isnads sahiha (cadeias de transmissão autênticas) que remontam a esses Sahabah e Tabi’in, provando o que é atribuído a eles. Então, ele disse: O Imam Muslim mencionou em sua introdução ao seu Sahih que ‘Abd-Allah ibn al-Mubarak disse: O isnad é parte da religião. Se não fosse pelo isnad, quem quer que fosse poderia dizer o que quisesse.
Os ahaadith que proíbem a música estão cheios de falhas?
Algumas pessoas disseram que os ahadith que proíbem música estão cheios de falhas. Nenhum hadith está livre de ser criticado por alguns dos estudiosos. Ibn Baaz (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Os ahadith que foram narrados sobre a música ser haram não estão cheios de falhas, como foi alegado. Alguns deles estão no Sahih al-Bukhari que é o mais sólido dos livros depois do Livro de Allah, outros são hassan (bons) e outros ainda são da’if (fracos). Mas, porque eles são inúmeros, com isnads diferentes, constituem prova definitiva de que cantar e instrumentos musicais são haram.
Todos os imames concordaram quanto à solidez dos ahadith que proíbem o canto e os instrumentos musicais; exceto Abu Hamid al-Ghazzali, mas al-Ghazzali não tinha conhecimento de Hadith, e também, Ibn Hazam, mas al-Albani (que Allah tenha misericórdia dele) explicou onde Ibn Hazam errou, e o próprio Ibn Hazam disse que se algum (desses ahadith) fosse sahih, ele seguiria (essa classificação). Agora há provas de que esses relatos são sahih, porque há muitos livros de estudiosos que afirmam que esses ahadith são sahih, mas alguns dão as costas para isso. Eles são muito mais radicais do que Ibn Hazam e não se assemelham em nada com ele, pois não são qualificados e não podem ser mencionados.
Cantar é haram somente onde se bebe álcool: Correto?
Alguns disseram que os estudiosos proibiram o canto porque é mencionado junto com reuniões nas quais se bebe álcool e onde as pessoas ficam acordadas até tarde da noite para propósitos malignos.
Ash-Shawkani (que Allah tenha misericórdia dele) disse: A resposta a isso é que mencionar essas coisas em conjunto não significa que é haram somente se houver esta combinação. Caso contrário, isso significaria que zina, como mencionado nos ahadith, não é haram a menos que seja acompanhado por álcool e o uso de instrumentos musicais. Da mesma forma, um versículo como o seguinte (interpretação do significado):
“Por certo, ele não cria no Magnífico Allah, e não incitava ninguém a alimentar o necessitado...” [al-Haqqah 69:33-34]
implicaria que não é haram descrer em Allah, a menos que isso seja acompanhado do desencorajamento de alimentar os pobres. Se for dito que a proibição de tais coisas, uma de cada vez, é comprovada por outros relatos, a resposta a isso é que a proibição de instrumentos musicais também é conhecida por outras evidências, como mencionado acima. (Nail al-Awtar, 8/107).
Conversa fiada não se refere a cantar: Correto?
Alguns disseram que “conversa fiada” não se refere a cantar; a refutação disso foi mencionada acima. Al-Qurtubi (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Esta – a visão de que significa cantar – é a melhor que foi mencionada sobre essa ayah, e Ibn Mas’ud jurou três vezes por Allah, além de Quem não há outro deus, que se refere ao canto. Ele mencionou outros imames que disseram a mesma coisa. Também mencionou outras visões sobre o assunto. E ele disse: A primeira visão é a melhor de todas as que foram ditas sobre este assunto, por causa do hadith marfu’, e por causa da visão dos Sahabah e dos Tabi’in. (Tafsir al-Qurtubi).
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele), depois de citar este Tafsir, disse: Al-Hakim Abu ‘Abd-Allah disse no Tafsir de Kitab al-Mustadrak: Que aquele que está buscando este conhecimento saiba que o Tafsir de um Sahabi que testemunhou a revelação é um hadith com isnad de acordo com os dois Shaikhs (al-Bukhari e Muslim). Em outra parte do livro, ele disse: Em nossa opinião, este hadith tem a mesma força de um relato marfu’. Embora seu tafsir ainda esteja sujeito a um exame mais aprofundado, ele é ainda mais aceitável do que o tafsir daqueles que vieram posteriormente, porque eles são os mais conhecedores, entre esta ummah, daquilo que Allah quis dizer em seu Livro. Foi revelado entre eles e eles foram as primeiras pessoas para as quais foi direcionada (a revelação). Eles ouviram o tafsir do Mensageiro (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) em palavras e ações. E eles eram árabes que entendiam os verdadeiros significados das palavras (árabes), então os muçulmanos devem evitar recorrer a qualquer outra interpretação tanto quanto possível.
Cantar é uma forma de adoração se ajuda alguém a obedecer a Allah: Aceitável?
Alguns disseram que cantar é uma forma de adoração se a intenção é ajudar alguém a obedecer a Allah!
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse: Que estranho! Que tipo de fé, luz, percepção, orientação e conhecimento podem ser obtidos ao ouvir versos e músicas melódicas em que a maior parte do que é dito é haram e merece a ira e punição de Allah e Seu Mensageiro?... Como alguém que tem a menor quantidade de sensatez e fé em seu coração pode se aproximar de Allah e aumentar sua fé ao desfrutar de algo que é odiado por Ele, que Ele detesta quem o diz e quem o aceita? (Madarij al-Salikin, 1/485)
Shaikh al-Islam disse, discutindo o estado da pessoa que se acostumou a ouvir canto: Portanto, aqueles que se acostumaram com isso e consideram como comida e bebida nunca terão o desejo de ouvir o Alcorão nem sentirão alegria ao ouvi-lo, e nunca encontrarão, ao ouvir seus versos, o mesmo sentimento que encontram ao ouvir poesia. De fato, se eles ouvem o Alcorão, eles o ouvem com um coração desatento e falam enquanto ele está sendo recitado, mas se ouvem assobios e palmas, eles abaixam suas vozes, ficam quietos, e prestam atenção. (Majmu’ al-Fatawa, 11/557)
A música suaviza o coração das pessoas: Correto?
Alguns dizem que a música e os instrumentos musicais têm o efeito de suavizar o coração das pessoas e criar sentimentos gentis. Isso não é verdade, porque provoca desejos e caprichos físicos. Se realmente fizesse o que eles dizem, teria amolecido o coração dos músicos e melhorado sua atitude e comportamento, mas a maioria deles, como sabemos, está desviada e se comporta mal.
Conclusão
Talvez – para leitores imparciais e objetivos – este resumo deixe claro que a visão de que a música é permitida não tem base firme. Não há duas visões sobre este assunto. Portanto, devemos aconselhar da melhor maneira, e então seguir passo a passo e denunciar a música, se formos capazes de fazê-lo. Não devemos ser enganados pela fama de um homem contemporâneo, em que as pessoas que são verdadeiramente comprometidas com o Islam se tornaram estranhas. Aquele que diz que canto e instrumentos musicais são permitidos está simplesmente apoiando os caprichos das pessoas hoje em dia, como se as massas estivessem emitindo fatawa (decretos) e ele estivesse simplesmente assinando embaixo! Se surgir um assunto, ele olhará para as opiniões dos fuqaha sobre este assunto, então tomará a visão mais fácil, como foi afirmado. Dessa forma, procurará evidências, ou apenas argumentos especiosos que não valem mais do que um pedaço de carne morta. Quantas vezes essas pessoas aprovaram coisas em nome da shari’ah que na verdade não têm nada a ver com o Islam!
Esforce-se para aprender seu Islam do Livro de seu Senhor e da Sunnah de seu Profeta. Não diga, Fulano de Tal disse, pois você não pode aprender a verdade apenas com os homens. Aprenda a verdade e, então, nivele as pessoas através dela. Isso deve ser o suficiente para aquele que controla seus caprichos e se submete ao seu Senhor. Que o que escrevemos acima cure os corações dos crentes e dissipe os sussurros nos corações daqueles que são atingidos por sussurros insinuantes. Que exponha todos que estão se desviando do caminho da Revelação e tomando as opções mais fáceis, pensando que ele surgiu com algo que nenhuma das gerações anteriores jamais alcançou, e falando sobre Allah sem conhecimento. Eles procuraram evitar o fisq (maldade) e acabaram cometendo bid’ah – que Allah não os abençoe nisso. Teria sido melhor para eles seguirem o caminho dos crentes.
E Allah sabe mais. Que Allah abençoe e conceda paz ao Seu Mensageiro que tornou claro o caminho dos crentes, e aos seus Companheiros e aqueles que os seguem na verdade até o Dia do Juízo.
Referência:
Resumo de um artigo intitulado al-Darb bi’l-Nawa li man abaha al-Ma’azif li’l-Hawa, do Shaikh Sa’d al-Din ibn Muhammad al-Kibbi.
Para mais informações, consulte:
- Al-I’lam bi Naqd Kitab al-Halal wa’l-Haram, por Shaikh al-’Allamah Salih ibn Fawzan al-Fawzan
- As-Sama’ por Shaikh al-Islam Ibn al-Qayyim
- Tahrim Alat al-Tarab, do Shaikh Muhammad Nasir al-Din al-Albani (que Allah tenha misericórdia dele)