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Algumas pessoas mexem em suas roupas, limpam suas unhas ou olham para seus relógios, etc. enquanto rezam, especialmente quando o imam está recitando. Isso muitas vezes provoca sentimentos de aborrecimento entre os adoradores no entorno. Qual é o parecer sobre isso?
Todos os louvores são para Allah.
Shaikh Ibn ‘Uthaimin (que Allah tenha misericórdia dele) afirmou que a regra básica sobre se mover enquanto reza é que é makruh a menos que seja feito por alguma razão. No entanto, pode ser dividido em cinco categorias:
1- movimentos obrigatórios
2- movimentos proibidos
3- movimentos makruh (desaconselháveis)
4- movimentos de mustahabb (aconselháveis)
5- movimentos permitidos
Os movimentos obrigatórios são aqueles dos quais depende a validade da oração. Por exemplo, se uma pessoa percebe algo impuro em sua ghutrah (turbante), deve se mexer para removê-lo e tirar sua ghutrah. Isso porque Jibril veio ao Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) quando este estava conduzindo o povo em oração e disse a ele que havia algo sujo em seu sapato. Assim, o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) tirou-o enquanto rezava e continuou rezando. Narrado por Abu Dawud, 650; classificado como sahih por al-Albaani em al-Irwa', 284.
Ou se alguém disser que não se está voltado para a qiblah, deve-se mover para a direção da qiblah.
Os movimentos proibidos são movimentos contínuos feitos sem razão, porque esse tipo de movimento invalida a oração, e tudo o que invalida a oração não é permissível, porque é como zombar dos sinais de Allah.
Os movimentos mustahabb (aceitáveis) são aqueles feitos para fazer coisas que são mustahabb na oração, como se uma pessoa se move para endireitar a fileira, ou se vê uma brecha na fileira na frente, então ela se move para frente enquanto ora, ou se há uma lacuna em sua linha e ela se move para preencher a lacuna e outros movimentos que permitam praticar uma ação que seja mustahabb na oração, pois isso torna a oração mais perfeita e completa. Assim, quando Ibn 'Abbaas (que Allah esteja satisfeito com ele) rezou com o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) e posicionou-se à sua esquerda, o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) segurou sua cabeça por trás e o fez ficar à sua direita. (muttafac alaihi).
Os movimentos admissíveis são pequenos movimentos feitos quando há uma razão, ou grandes movimentos feitos em casos de necessidade. Pequenos movimentos feitos por uma razão são como o que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) fez quando estava rezando e carregou Umaamah, a filha de Zainab, cujo avô materno era ele (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele). Quando se levantou, pegou-a e, quando se prostrou, colocou-a no chão. Al-Bukhari, 5996; Muslim, 543.
Grandes movimentos em casos de necessidade incluem rezar durante a luta. Allah diz (interpretação do significado):
“Custodiai as orações, e, em particular, a oração mediana, e levantai-vos, sendo devotos a Allah. Mas, se temeis um inimigo, orai, andando ou montados. E, quando estiverdes em segurança, invocai a Allah, e cumpri a oração, como Ele vos ensinou o que não sabíeis.”
[al-Baqarah 2:238-239]
Se uma pessoa reza enquanto caminha, está, sem dúvida, movendo-se excessivamente, mas isto, em casos de necessidade, é permitido e não invalida a oração.
Os movimentos makruh (desaconselháveis) são todos movimentos diferentes dos mencionados acima. Este é o princípio básico dos movimentos enquanto rezamos. Com base nisso, dizemos para aqueles que se movem enquanto rezam que sua ação seja makruh e deprecia sua oração. Isso é algo que é visto em muitos casos, então você pode notar uma pessoa brincando com seu relógio, caneta, ghutrah, nariz ou barba e assim por diante. Tudo isso vem sob o título de makruh, a menos que seja feito com insistência e seja contínuo, caso em que é haraam (ilícito) e invalida a oração.
Ele também afirmou que não há nenhum número específico de movimentos que invalide a oração, mas sim qualquer movimento que contradiga a ideia de oração, no sentido de que, se alguém o visse fazendo, pareceria que a pessoa não estava rezando. Esse é o tipo de movimento que invalida a oração. Assim, os sábios (que Allah tenha misericórdia deles) definiram-no como algo baseado no costume (al-'urf) e disseram: Se os movimentos são excessivos e contínuos, eles invalidam a oração, sem mencionar um número específico. Alguns sábios definiram três desses movimentos, mas isso exige evidência porque todos que estabelecem um certo limite, número ou maneira devem produzir evidências, caso contrário ele está introduzindo novas ideias. Majmu' Fataawa al-Shaikh, 13/309-311
Shaikh 'Abd al-'Aziz ibn Baaz (que Allah tenha misericórdia dele) foi perguntado sobre um homem que se movia muito enquanto rezava: isso invalidava sua oração e como ele poderia se livrar desse hábito?
Ele (que Allah tenha misericórdia dele) respondeu:
A Sunnah é que a pessoa se concentre na oração com a devida humildade, de corpo e alma, seja uma oração obrigatória ou uma oração naafil, porque Allah diz (interpretação do significado):
“Com efeito, bem-aventurados os crentes, (1) Que são humildes em suas orações.”
[al-Mu’minin 23:1-2]
Ele deve rezar de maneira tranquila e digna. Este é um dos mais importantes pilares e obrigações da oração, porque o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse a um homem que rezou bastante e não estava tranquilo e digno em sua oração: “Volta e reza, pois não rezaste.” E ele fez isso três vezes. Então o homem disse: “Ó Mensageiro de Allah, por Aquele que te enviou com a verdade, eu não posso fazer nada melhor do que isso, ensina-me.” O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Quando tu te levantares para orar, faça o wudu bem, depois volta-te para a qiblah e diga o takbir, e recita tudo o que puderes do Alcorão. Em seguida, curva-te até ficares à vontade nesta posição, depois levanta a cabeça até ficares de pé. Em seguida, prostra-te até que estejas à vontade na prostração, e senta-te até que estejas sentado em linha reta e à vontade. Depois, prostra-te até que estejas à vontade na prostração, e levanta-te até que estejas em pé em linha reta. Então, faça isso durante toda a tua oração.” (Muttafac alaihi).
De acordo com uma versão narrada por Abu Dawud, ele disse: “Então, recita a Essência do Alcorão (al-Fatiha) e o que quer que Allah deseje.”
Este hadith sahih indica que estar à vontade nas posturas é um pilar ou parte essencial da oração, e uma importante obrigação, sem a qual a oração não é válida. Quem quer que entrecorte a sua oração (movendo-se muito rapidamente), não há oração para si. Khushu' (concentração e humildade adequadas) é a essência da oração. É prescrito para o crente prestar atenção a isso e se esforçar para alcançá-lo.
No que diz respeito a definir os movimentos que contradizem essa facilidade e foco na oração e limitá-los a três movimentos, não há ahadith do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) para apoiar esta ideia. Ao contrário, essa é a sugestão de alguns sábios, para a qual não há evidência confiável.
Mas é makruh se mexer durante a oração, como tocar o nariz, a barba ou a roupa e se distrair com isso. Ficar muito inquieto invalida a oração. Mas se for pouco, de acordo com o que é costumeiro, ou se for muito, mas não for contínuo, então a oração não será invalidada. Porém, é prescrito para o crente manter o foco e a humildade adequados, e evitar se mexer pouco ou muito, e se esforçar para tornar a oração perfeita.
A evidência de que pequenos movimentos, ou movimentos repetidos que não são contínuos, não invalida a oração é o relato que comprova que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) abriu a porta para 'Aisha um dia, enquanto estava rezando. Narrado por Abu Dawud, 922; An-Nasaa’i, 601; classificado como sahih por Shaikh al-Albaani em Sahih al-Tirmidhi, 601.
E foi comprovado no hadith de Abu Qatada (que Allah tenha misericórdia dele) que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) liderou o povo em oração um dia quando estava carregando Umaamah, a filha de Zainab. Quando ele se prostrou, colocou-a no chão e, quando se levantou, pegou-a.
Fataawa ‘Ulama’ al-Balad al-Haraam, 162-164.