Todos os louvores são para Allah.
Se os chifres são retirados de animais cuja carne é permitida para comer, como vacas e ovelhas, depois de terem sido abatidos adequadamente, é permitido usá-los, e não há diferença de opinião acadêmica sobre isso.
Mas se os chifres são cortados do animal quando ele ainda está vivo, ou são retirados dele após a morte sem serem abatidos da maneira prescrita, há uma diferença de opinião acadêmica sobre se são puros (taahir) ou não.
A bem conhecida revisão entre os Maalikis, Shaafa‘is e Hanbalis é que eles são impuros (najis).
É dito em al-Mawsu‘ah al-Fiqhiyyah al-Kuwaitiyyah (39/391-392):
Os fuqaha' 9estudiosos do fiqh – jurisprudência) diferiram quanto à regra sobre fazer uso de ossos, chifres e cascos de animais cuja carne é permitida, se esses animais morrem sem serem abatidos da maneira prescrita; existem duas visões:
A primeira visão é a dos Shaafa‘is, Maalikis e Hanbalis, que afirmam que eles são impuros (najis) e não é permitido usá-los. Fim da citação.
Eles citaram como evidência o fato de que isso faz parte do animal que morreu sem ser abatido da maneira prescrita (maitah), por isso é impuro. O mesmo se aplica se for cortado do animal enquanto ainda estiver vivo; está sob a regra de maitah.
Ibn Qudaamah (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
Chifres e cascos são como os ossos: se eles são retirados de um animal que foi abatido da maneira prescrita, então são puros; mas se são retirados de um animal vivo, são impuros, porque o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “O que é retirado de um animal enquanto está vivo está sujeito à mesma regra do maitah (carne morta, isto é, a de um animal que não foi abatido da maneira prescrita)”. Narrado por at-Tirmidhi, que disse: É um hadith hasan gharib.
Fim da citação de al-Mughni (1/99).
Os Hanafis e o Imam Ahmad, de acordo com um relato narrado por ele, são da opinião de que isso é puro (taahir) e é permitido usá-lo. O Shaikh al-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) preferiu esta segunda visão e disse: Esta é a visão da maioria das primeiras gerações (os salaf).
Veja: Majmu’ al-Fataawa (21/96-102).
Citamos suas palavras de forma abreviada na resposta à pergunta nº 258312.
Al-Bukhari (que Allah tenha misericórdia dele) disse: az-Zuhri disse: No que diz respeito aos ossos de animais – como elefantes e similares – que morrem sem serem abatidos da maneira prescrita, eu conheci alguns dos primeiros sábios que usavam pentes e vasilhas para óleo capilar feitos com eles, e não viam nada de errado nisso.
Fath al-Baari (1/342).
Al-Haafiz Ibn Hajar (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
A frase "vasilhas para o óleo capilar feitas com eles" aqui indica que eles acreditavam que eram puros (taahir).
Fim da citação de Fath al-Baari (1/343).
Ibn al-Qayyim (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
O motivo da consideração de serem puros (taahir) é que a razão pela qual o maitah (animal que morreu sem ser abatido da maneira prescrita) é considerado impuro (najis) não é aplicável em relação aos ossos, então eles (os ossos) não são considerados impuros e não é válido compará-los com a carne, porque a carne é propensa à decomposição e pode exalar matéria orgânica, o que não é aplicável no caso dos ossos. Esse raciocínio é mais sólido e mais forte que o primeiro, portanto, com base nisso, é permitido vender os ossos de um animal que morreu sem ser abatido da maneira prescrita, se eles vierem de um animal que seja puro a princípio.
Fim da citação de Zaad al-Ma‘aad (5/674).
A visão de que os ossos e os chifres de um animal que morreu sem ser abatido da maneira prescrita são puros (taahir) é uma visão forte; portanto, quem segue essa visão não deve ser responsabilizado, mas se alguém decide permanecer do lado mais cauteloso e abstém-se de usar os ossos ou chifres de um animal que morreu sem ser abatido da maneira prescrita, isso é melhor para ele, especialmente se ele puder ficar sem estes itens e encontrar uma alternativa para atender às suas necessidades.
E Allah sabe melhor.